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segunda-feira, 4 de abril de 2011

As duas pessoas que poderiam condenar a mulher em adultério

João 8:3-11
"Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais."

Os fariseus não estavam preocupados em diminuir os casos de adultério em Israel. Queriam "pegar" Jesus. E, para isso, não tiveram escrúpulo em usar um ser humano, expondo ao público, o que deveria ser tratado, primeiro, em privado.
Observavam Jesus, já há algum tempo, sabiam que ele não ordenaria uma execução.
Esperavam que ele, simplesmente, se negasse a cumprir a lei e, pronto, teriam como acusá-lo de descaso e de desrespeito à lei.
Bom é que se diga que a lei não funcionava assim. E estava faltando o parceiro.
Jesus os surpreendeu!
É como se Jesus tivesse dito: Ok! Quem não tiver pecado digno de morte, que mate a moça.
Sim, porque não seriam constrangidos senão por pecados tão graves quanto o pecado da moça.

Quantas pessoas poderiam condenar essa mulher?
Apenas duas pessoas poderiam condenar essa mulher:
Nenhum dos que pediam a sua condenação estava em condição de condená- la: estavam carregados de seus próprios pecados; foram saindo à medida em que iam sendo levados à consciência de sua carga pessoal.
Uma das pessoas que podiam condená-la era Jesus de Nazaré, ele não tinha carga alguma.
Ele não a condenou. Disse-lhe não a condenava, embora o pudesse, e que fosse embora e não pecasse mais.
A outra pessoa que a podia condenar era ela mesma.
Como?
Não se perdoando.
Disso, inclusive, dependeria o fato de se ela venceria o pecado que a assediava.
Porque se ela não se perdoasse voltaria ao erro só para deixar claro que estava certa sobre si mesma, que não deveria ser perdoada.
Isso não é verbalizado, mas a falta de perdão pessoal cobra o preço da não libertação.
Quem não se perdoa?
Quem acha que não merece ser perdoado.
Qual o equívoco?
Não entender que só merece ser perdoado quem não precisa de perdão. Quando é dito que alguém merece ser perdoado, o que, de fato, está sendo dito, é que ele tinha atenuantes ou razões, isto é, que seu pedido de desculpas deve ser aceito.
Perdão é diferente de aceitar desculpas. Perdão é para quem não tem desculpas, razão ou motivo para apresentar.
Perdão é oferta de Deus, que a gente recebe e distribui, a começar de nós mesmos.

Jesus não a condenou à pena capital, porque, para Jesus, ela havia adulterado, mas não era adúltera.
Classificá-lá como adúltera era dizer que a natureza dela havia sido subtraída, e que não havia mais saída. Aí a pena capital era natural, porque se a natureza não pode mais ser vencida pelo amor de Deus, não há porque manter tais pessoas assim.
Mas Cristo não vê assim!
Quando o Cristo disse à mulher para ir e não pecar mais, estava declarando que ela havia errado, mas que isso não fazia dela um erro.
O Cristo via nela um ser humano que ninguém mais via, talvez nem ela mesma.
O Cristo oferecia-lhe perdão e oportunidade.

A força do Cristo é dispensada aos que aceitam o seu perdão.
Quem é perdoado deve, também, se perdoar para que essa força possa ajudá-lo.
Se a gente não se perdoa, volta, ainda que num caminho inconsciente, à prática do erro, como a dizer que Deus está errado quando nos perdoa, que é o nosso erro e não o amor dele que fala de quem nós somos.
Isso é tentar colocar-se fora da possibilidade do amor de Deus.
E a gente se perdoa num gesto de concordância com Deus.
É algo como: Deus me perdoou no Cristo, logo, esse erro não me define, eu sou o que Deus vê em mim, e é para esse ser humano em Cristo que eu vou.
Deus vê em nós mais do que os nossos erros.
E Deus está sempre certo. Todo ser humano, pela graça, pode começar de novo.
A gente, independente de quantas vezes erra, deve sempre buscar o perdão e retomar a caminhada proposta pelo Cristo.
A gente nunca deve desistir de encontrar o ser humano que Deus vê em nós.



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