Autor - Paulo
Data - 56-57 AD
Local - Corinto - hóspede de Gaio
Fim da 3ª viagem missionária
Objetivo - Conseguir ajuda para chegar à Espanha
Romanos 1
1 Eu, Paulo, servo de Cristo Jesus, escrevo esta carta. Deus me chamou e me separou para ser seu apóstolo, a fim de que eu anuncie a boa notícia do evangelho de Deus.
Paulo sabe de quem é: de Cristo é escravo; sabe que é missionário e sabe que notícias tem de dar: as que vem de Deus.
2 Há muito tempo essa boa notícia foi prometida por Deus, por meio dos seus profetas, e escrita nas Escrituras Sagradas.
Sabe que está ligado a uma história, ele não inventa, apresenta: as notícias de que, primeiro, falaram os profetas.
3 Ela fala a respeito do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, como ser humano, foi descendente do rei Davi. E, quanto à sua santidade divina, a sua ressurreição provou, com grande poder, que ele é o Filho de Deus.
As boas notícias sobre o Filho de Deus, que viria pela descendência de Davi - graças a José.
4 Ela fala a respeito do Filho de Deus, o nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, como ser humano, foi descendente do rei Davi. E, quanto à sua santidade divina, a sua ressurreição provou, com grande poder, que ele é o Filho de Deus.
Jesus, que provou ser o Filho de Deus por sua ressurreição, ficando claro que era o ungido e que se tornou senhor.
5 Por meio de Cristo, Deus me deu a honra de ser apóstolo no serviço de Cristo para levar pessoas de todas as nações a crerem em Cristo e a serem obedientes a ele.
Foi esse senhor que deu as condições necessárias e suficientes para o Paulo ser missionário; fez isso para honrar o que disse, para que os que não tinham a fé de Abraão, viessem a tê-la e, assim, poder, também, obedecer a Deus.
6 Entre essas pessoas estão vocês que moram em Roma, a quem Deus tem chamado para pertencerem a Jesus Cristo.
Essas pessoas, também, foram chamadas para ser como Paulo: de Jesus Cristo.
7 Por isso eu escrevo a todos vocês que estão em Roma, todos vocês a quem Deus ama e a quem tem chamado para serem o seu próprio povo. Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês!
Ser de Jesus é ser separado para viver como ele viveu, adorando a Deus em tudo o que fez. Paulo saúda-os com a graça e paz: mais do que um desejo é uma constatação. Só se recebe o chamado para viver como Jesus, porque o Pai foi gracioso por causa da paz celebrada por Cristo.
8 Em primeiro lugar, por meio de Jesus Cristo dou graças ao meu Deus por todos vocês, pois no mundo inteiro se ouve falar a respeito da fé que vocês têm.
Os romanos eram como os efésios: igreja, cuja fé dá o que falar, e falar bem. A igreja acreditava em Jesus: em que ele era a porta do futuro e o fim do passado. Graças a Jesus Cristo o Pai pode receber a nossa gratidão.
9 Eu sirvo a Deus com todo o meu coração, anunciando a boa notícia a respeito do seu Filho; Deus é testemunha de que digo a verdade. Ele sabe que eu sempre lembro de vocês 10 e oro por vocês. E peço a Deus que, se for da sua vontade, ele faça com que agora eu possa ir visitá-los. 11 Pois eu quero muito vê-los, a fim de repartir bênçãos espirituais com vocês para fortalecê-los,12 quer dizer, para que nos animemos uns aos outros por meio da fé que vocês e eu temos.
Paulo, que levava a sério o serviço que prestava ao Pai, anunciando a boa notícia do Filho, orava pela igreja em Roma, que é como se deve fazer: pedia por visitá-la, para abençoá-la pela ministração, que é o que se deve desejar, e para o que recebe-se dom, para que a igreja seja fortalecida, que é o que se deve buscar, e para que ele fosse consolado na mutualidade, que é como se deve pensar: não ninguém que não precise receber - e só na comunhão há o que receber - o consolo que permite-nos caminhar.
13 Meus irmãos, quero que saibam que muitas vezes resolvi ir visitá-los, mas fui impedido até agora de fazer isso. Pois eu gostaria que o meu trabalho produzisse resultados entre vocês também, como tem acontecido entre outros não-judeus. 14 Pois é meu dever pregar a todos, tanto aos civilizados como aos não-civilizados, tanto aos instruídos como aos sem instrução.15 É por isso que eu quero anunciar o evangelho também a vocês que moram em Roma.
A igreja em Roma não havia sido implantada por nenhum missionário. Paulo era o missionário designado por Jesus para cuidar do gentios, ele reconhecia o débito. Paulo sabia o que devia fazer e estava pronto para tanto.
16 Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não-judeus.
Paulo sabia que a boa notícia de que a salvação da humanidade viera pelo Filho, era a única possibilidade que a raça humana tinha de voltar para Deus, independente de sua origem.
17 Pois o evangelho mostra como é que Deus nos aceita: é por meio da fé, do começo ao fim. Como dizem as Escrituras Sagradas: Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus.
Porque é a medida que se crê no que o Filho fez, é que se percebe que a justiça de Deus foi satisfeita e que a pessoa foi declarada justa, porque, mediante a sua fé, Deus a declarou justa. Portanto, o justo, sabe que não é justo porque se comporta como tal, mas porque crê que, graças ao Filho, não deve mais nada à Justiça.
18 Do céu Deus revela a sua ira contra todos os pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio das suas más ações, não deixam que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus.19 Deus castiga essas pessoas porque o que se pode conhecer a respeito de Deus está bem claro para elas, pois foi o próprio Deus que lhes mostrou isso. 20 Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. 21 Eles sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão. 22 Eles dizem que são sábios, mas são tolos. 23 Em vez de adorarem ao Deus imortal, adoram ídolos que se parecem com seres humanos, ou com pássaros, ou com animais de quatro patas, ou com animais que se arrastam pelo chão. 24 Por isso Deus entregou os seres humanos aos desejos do coração deles para fazerem coisas sujas e para terem relações vergonhosas uns com os outros. 25 Eles trocam a verdade sobre Deus pela mentira e adoram e servem as coisas que Deus criou, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém! 26 Por causa das coisas que essas pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as mulheres trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. 27 E também os homens deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros. 28 E, como não querem saber do verdadeiro conhecimento a respeito de Deus, ele entregou os seres humanos aos seus maus pensamentos, de modo que eles fazem o que não devem. 29 Estão cheios de todo tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam 30 e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos, orgulhosos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem aos pais, 31 são imorais, não cumprem a palavra, não têm amor por ninguém e não têm pena dos outros. 32 Eles sabem que o mandamento de Deus diz que aqueles que fazem essas coisas merecem a morte. Mas mesmo assim continuam a fazê-las e, pior ainda, aprovam os que fazem as mesmas coisas que eles fazem.
Como a criação aponta para a existência de Deus, negá-la ou não reconhece-la, ou apelar para a idolatria ou autolatria, pressupõe má fé. Deus, então, vai abandonando-os à realidade da queda, para que eles reconheçam que não são deuses, nem eles, nem aos que recorrem, mas, em vez de buscarem a Deus, se justificam. Essa indesculpabilidade aponta para existência de alguma revelação geral, que, alcançando a todos, permite-nos o discernimento proposto. Esse quadro exige intercessão, porque a presença desse quadro indica juízo.
Romanos 2
1 Meu amigo, não importa quem você seja, você não tem desculpa quando julga os outros. Pois, quando você os julga, mas faz as mesmas coisas que eles fazem, você está condenando a você mesmo.
E se é possível qualquer tipo de juízo, então, há revelação disponível e suficiente para a prática do bem. Hipocrisia é fazer o contrário do que sabe e cobra.
2 Nós sabemos que Deus é justo quando condena os que fazem essas coisas. 3 Mas você, que faz as mesmas coisas que condena nos outros, será que você pensa que escapará do julgamento de Deus?
Mais uma vez, a indesculpabilidade.
4 Ou será que você despreza a grande bondade, a tolerância e a paciência de Deus? Você sabe muito bem que ele é bom e que quer fazer com que você mude de vida.
Por meio da consciência, Deus está, o tempo todo, apelando ao ser humano, para que permita que Deus mude a sua vida.
5 Mas o seu coração é duro e teimoso. Por isso você está aumentando ainda mais o castigo que vai sofrer no dia em que forem revelados a ira e os julgamentos justos de Deus, 6 pois ele recompensará cada um de acordo com o que fez.7 Deus dará a vida eterna às pessoas que perseveram em fazer o bem e buscam a glória, a honra e a vida imortal. 8 Mas fará cair a sua ira e o seu castigo sobre os egoístas e sobre os que rejeitam o que é justo a fim de seguir o que é mau. 9 Haverá sofrimentos e aflições para todos os que fazem o mal, primeiro para os judeus e também para os não-judeus. 10 Mas Deus dará glória, honra e paz a todos os que fazem o bem, primeiro aos judeus e também aos não-judeus.11 Pois ele trata a todos com igualdade.
O que Deus, o bondoso, quer pode ser resistido pelo homem. Mas todos seremos julgados. Estamos escolhendo o tempo todo, se estamos escolhendo, é porque o podemos: nossa escolha intensifica ou arrefece a ira divina. Em sendo assim, o que chamamos de graça comum é densa.
12 Todos aqueles que pecam sem conhecer a lei de Deus se perderão sem essa lei; mas todos aqueles que pecam conhecendo a lei serão julgados por ela.
Não há acepção de pessoas – os frutos os condenarão. Há outro gabarito, para além da lei escrita – a lei na consciência.
13 Porque as pessoas que Deus aceita não são aquelas que somente ouvem a lei, mas aquelas que fazem o que a lei manda. 14 Os não-judeus não têm a lei. Mas, quando fazem pela sua própria vontade o que a lei manda, eles são a sua própria lei, embora não tenham a lei. 15 Eles mostram, pela sua maneira de agir, que têm a lei escrita no seu coração. A própria consciência deles mostra que isso é verdade, e os seus pensamentos, que às vezes os acusam e às vezes os defendem, também mostram isso.
A obediência é possível. Para além da lei escrita, há a lei semeada no que chamamos de consciência. Consciência é fruto da graça comum, porque permite acesso a lei, ainda que via intuição.
16 E, de acordo com o evangelho que eu anuncio, assim será naquele dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os pensamentos secretos de todas as pessoas.
Como toda a graça só é possível por meio do Cristo. O juízo será a partir do que o Cristo possibilitou a todos. Não há acepção de pessoas.
17 O que dizer de você? Você diz que é judeu, confia na lei e se orgulha do Deus que você adora.18 Você sabe o que Deus quer que você faça e aprende na lei a escolher o que é certo. 19 Você tem a certeza de que é guia dos cegos, luz para os que estão na escuridão, 20 orientador dos que não têm instrução e professor dos jovens. Você está certo de que encontra na lei a apresentação completa do conhecimento e da verdade. 21 Você, que ensina os outros, por que é que não ensina a você mesmo? Se afirma que não se deve roubar, por que é que você mesmo rouba? 22 Se você diz que não se deve cometer adultério, por que é que você mesmo comete adultério? Você odeia os ídolos, mas rouba as coisas dos templos. 23 Você se orgulha de ter a lei de Deus, mas você é uma vergonha para Deus porque desobedece à sua lei. 24 Pois as Escrituras Sagradas dizem: Os não-judeus falam mal de Deus por causa de vocês, os judeus. 25 A circuncisão tem valor se você, que é judeu, obedecer à lei; porém, se não obedecer, é como se você não tivesse sido circuncidado.
Se quem não tem acesso à lei escrita, não tem desculpa, imagine quem tem esse acesso! A circuncisão não salva, a obediência sim! O ritual não substitui, exige a coerência!
26 E, se um homem que não foi circuncidado obedecer aos mandamentos da lei, Deus o tratará como se ele fosse circuncidado. 27 Assim vocês, judeus, serão condenados pelos não-judeus, pois vocês desobedecem à lei apesar de terem essa lei escrita e de serem circuncidados, enquanto que os não-judeus obedecem à lei, embora não sejam circuncidados. 28 Portanto, eu pergunto: quem é judeu de fato e circuncidado de verdade? É claro que não é aquele que é judeu somente por fora e circuncidado só no corpo. 29 Pelo contrário, o verdadeiro judeu é aquele que é judeu por dentro, aquele que tem o coração circuncidado; e isso é uma coisa que o Espírito de Deus faz e que a lei escrita não pode fazer. E o louvor que essa pessoa recebe não vem de seres humanos, mas vem de Deus.
Os que obedecem é que são verdadeiramente circuncisos. A obediência prescinde do ritual, porquanto, o cumpre, na prática.