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sábado, 2 de fevereiro de 2013

A Missão Esquecida

Ariovaldo Ramos

A gente sabe que tem de pregar o evangelho a toda a criatura. Essa é a missão requerida. 

A gente não pode obrigar ninguém a se converter, mas deve falar para todo mundo; quem crer será salvo (Mc 16.15,16). 

Deus não vai nos cobrar o número de gente que se converteu, mas, possivelmente, nos cobrará o quanto pregamos. 

Essa missão a gente conhece, e, de um jeito ou de outro, nós a temos feito. A gente sabe como fazê-la e como constatar se a temos feito o não.

Porém, há uma missão que também deve ser feita e que, também, tem uma maneira de medir se a estamos ou não fazendo.

Nós temos nos de esquecido de fazer essa missão, pelo menos, com a intensidade pedida.

Essa missão, como a outra, foi ordenada por Jesus Cristo.

Vamos começar pelo jeito de saber se a missão está sendo cumprida.

Na primeira missão, o jeito de saber era e é geográfico. Jesus disse: Pelo poder do Espírito Santo, vocês vão me anunciar em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra (At 1.8).

E disse mais: essas boas notícias, de que Deus está vindo para assumir o governo sobre tudo e sobre todos, será anunciada em todo o mundo e, então, virá o fim (Mt 24.14).

Como se pode ver, essa missão é medida geograficamente, a gente sabe se a cumpriu ou não, na medida em que vê quantos povos e quais territórios foram cobertos, e quantos faltam. Então, é uma questão de contar.

Na missão esquecida é uma questão de ouvir.

Ouvir o que? Ora, o que... Glórias e aleluias.

Jesus disse que era para a gente levar todo mundo a glorificar o Pai Celestial: está lá, na última parte de Mateus 5.16.

Como se pode ver, Jesus quer todo mundo dando glórias ao Pai.

E como fazer para que as pessoas venham a dar "os glórias"?

Jesus dá a receita: para que eles falem, eles têm de ver. E o que temos de mostrar-lhes são as nossas boas obras.

Jesus disse que nossas boas obras são os frutos da luz que em nós há.

Sabe, o senhor disse que nós somos a “luz” do mundo; e que são as nossas boas obras que demonstrariam isto.

Pelas boas obras iluminamos o mundo; pelas boas obras demonstramos o jeito como gente deve viver.

A missão esquecida é, também, caminho para a missão requerida.

Quando a gente os ajuda a resolver o problema da fome, a resolver o problema da nudez.

Quando a gente ajuda as pessoas a terem reconhecidos os seus direitos.

Quando a gente os visita e os ajuda a resolver o problema da saúde pública.

Quando a gente se importa com eles e os ajuda a resolver o problema do sistema carcerário.

Quando a gente os ajuda a ler e escrever.

Quando a gente tira as crianças da rua e de todo o tipo de exploração.

Quando a gente luta por moradias dignas, transporte eficiente e barato, e trabalho dignamente remunerado para todos.

Quando a gente luta por bom e gratuito ensino público para todos.

Quando a gente luta por uma economia solidária e por uma cidade humanizada, onde haja espaço para todos.

Quando a gente luta por uma distribuição de terra que mantenha o trabalhador rural no campo, a gente começa a despertar, nas pessoas, gratidão. E elas saberão que é a Deus que essa gratidão deve ser dirigida.

Na medida em que vamos fazendo as boas obras, falamos do amor da Trindade, o qual nos empurra para fazer o que estamos fazendo.

E nós ouviremos “os glórias” que demonstrarão que nossa missão está sendo cumprida.

Além disso, as nossas boas obras provocarão neles a pergunta: Como eles podem ser assim? E, quem sabe, uma pergunta melhor ainda: como nós podemos, também, ser assim”?

É isso!

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