Ariovaldo Ramos
1 Cor 4:1-5
Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel. Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós ou por tribunal humano; nem eu tampouco julgo a mim mesmo. Porque de nada me argúi a consciência; contudo, nem por isso me dou por justificado, pois quem me julga é o Senhor. Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus.
Em outras palavras
As pessoas precisam ver é que somos (huperetes) servos dos servos do Cristo, e que cuidamos bem da despensa de Deus, despensando os mistérios de Deus: o mistério do Deus é Cristo e o mistério do Cristo é a Igreja. Portanto, somos servos dos servos do Cristo, mas, o que lhes servimos é o que Deus tem em sua despensa, que é Cristo como centro do universo, e a igreja como seu corpo, e seu instrumento de governo.
Não é a Igreja que decide o que quer ouvir. É Deus quem decide o que quer falar. Não é a igreja que decide o que vai fazer. É Deus quem decide o que Igreja deve fazer.
Dos despenseiros é exigido fidelidade. Cada despenseiro deve dar, aos servos do Cristo, o próprio Cristo, como o centro da vida, da existência e da ação; e a Igreja, como projeto de vida, e como meio de sinalização do reinado do Deus.
Entretanto, não é ao ser humano que cabe esse juízo, portanto, não me importo com o juízo que vocês estão a fazer. Não tenho nada, de que me lembre, que possa me dizer que não estou sendo fiel. Entretanto, não sou eu que a mim mesmo julgo. Esse juízo só quem pode fazer, e quem o fará é Deus.
Vocês estão se precipitando. Estão fazendo um juízo antes do tempo do julgamento de Deus. Somente Deus pode trazer à luz o que está oculto, somente Deus sabe das intenções do coração; portanto, só Deus pode dar prêmio que cada um pode receber.
Então:
Paulo deixa claro que sabe qual é o ofício do pastor: servir aos servos, ele usa o termo huperetes, que quer dizer o remador que remava na parte inferior dos barcos, como apoio aos remadores principais.
Sabe, também, o que deve ser ministrado aos servos: deve ministrar o Cristo, como o centro do propósito do Deus. Tudo foi feito por meio do Cristo e tudo deve serví-lo como Rei. E deve ensinar a igreja como o projeto do Deus. A Igreja é a retomada da humanidade, e é, também, o agente do Cristo no governo da história humana.
Sabe, também, que nenhum juízo humano pode afastá-lo desse propósito que o próprio Deus estabeleceu para os pastores da igreja. Paulo, ao mesmo tempo, sabe que está sob o juízo do Deus, juízo que, a seu tempo, há de alcançar a todos os pastores.