Por Ariovaldo Ramos
“As vestes de João eram feitas de pêlos de camelo; ele
trazia um cinto de couro g e se alimentava de gafanhotos h
e mel silvestre.” Mc 1.6
João vestia-se como o profeta Elias, cujo retorno
ministerial representava, uma vez que João era cumprimento da profecia de que
Elias viria antes, para converter o coração dos pais aos filhos (Lc1.17).
para além de vestir-se para representar o ministério de
Elias, a roupa do Batista era, em si, uma denúncia à usurpação da função
sacerdotal.
João, por ser da descendência de Arão, deveria ter sido o
sumo-sacerdote, se o tivesse sido só teria podido vestir as roupas apropriadas
à sua posição, mas, como as suas roupas estavam, indevidamente, sendo usadas por
outro, e ele não poderia vestir roupas comuns, as vestes sacerdotais foram
substituídas por roupas feitas de pêlos de camelo.
por ser o sumo-sacerdote, João só poderia comer das
comidas apropriadas aos sacerdotes, mas a sua refeição sacerdotal estava sendo
usurpada por outro, mas, apesar disso, ele não podia comer das comidas comuns,
daí, gafanhotos e mel silvestre.
o profeta veio do deserto, onde, provavelmente, vivera
protegido pelas comunidades do deserto, até por ser quem era: a voz daquele que
estava no deserto; e João, por aquele que estava no deserto, clamou contra toda
a usurpação da glória e da casa de Deus.
João nos ensina o caminho do avivamento: começa com a
denúncia que exige o arrependimento. João, antes de denunciar com a palavra,
denunciava com o seu estilo de vida.
eis o caminho: andemos nele.
g g 1.6 João vestia-se como o profeta Elias (2Rs 1.8; cf. Zc 13.4). Provavelmente,
usasse uma capa de pêlos de camelo e se cobrisse, da cintura para baixo até os
joelhos, com uma veste de couro que substituía a túnica.
Lv 11.22).