Por Ariovaldo Ramos
“saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.” Mc 1.5
a aparição de João Batista, no deserto, dizendo que era a voz de Deus, que, agora, clamava do deserto, era a negação do Templo em Jerusalém, de sua liturgia e de sua permanência na história.
de sua liturgia, porque João chamava para o batismo e não para o holocausto, e porque ele apresentaria um novo cordeiro, o cordeiro definitivo que, de fato, tiraria o pecado do mundo.
e se um novo cordeiro viria, e definitivamente, o templo acabara de perder a sua função na história.
para além disso, o Templo estava contaminado.
Anás tinha conspurcado o templo, negociando-o com os romanos.
ele foi o primeiro sumo-sacerdote dessa safra, depois, cada um de seus cinco filhos foram sumos-sacerdotes e, finalmente, o seu genro, Caifás – ele, porém, permanecia nos bastidores, puxando as cordinhas de seus títeres.
o sumo-sacerdote de Deus, João Batista, apareceu no deserto; a mensagem dele não permitia acordo: todos os envolvidos nessa impostura, os protagonistas e os omissos, o que incluía a todos os outros, só tinham uma saída, confessar os pecados e renovar, por meio do batismo, o seu pacto de obediência com Deus.
todos os que davam ouvidos a João não tinham escolha, tinham de romper com o templo e com o império.
estava pronto o caminho para o Cordeiro construir o templo vivo, agente do reino na solapação do sistema.
ouçamos João para viver Cristo: rompamos com o institucionalismo e com o império de Mamon que, através do mercado e das injunções religiosas-sócio-económicas-políticas, decorrentes da aceitação da economia de mercado como regulador da vida, impõe o seu culto.
para saber mais desse ministério ou nele investir