Ariovaldo Ramos
“Ouve, ó Israel; o
Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o
teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.” Dt 6.4,5
Segundo ouvi de alguém,
havia um jovem, de um povo politeísta, estudando numa das grandes universidades
do ocidente. Fazia doutorado num curso da área de humanas.
O jovem apresentou ao
professor, para a sua tese, o tema: “O politeísmo não assumido do Ocidente”
O professor argumentou que lhe seria muito
difícil sustentar tal abordagem, porque o Ocidente era monoteísta. O jovem
pediu três meses, de prazo, para apresentar algo que embasasse a sua proposta.
O professor o consentiu.
Três meses depois ele
voltou. Trazia entrevistas e anotações. E disparou: os ocidentais nomeiam a só um
deus, o da igreja, mas, adoram a muitos outros; o deus da igreja é amor, mas
quando negociam, ou nas tratativas diplomáticas, ou quanto limite do prazer, ou
em relação ao limite do poder, principalmente, nas relações pessoais, na
manutenção da igualdade entre as pessoas, e mesmo nas instituições religiosas; não
é ao deus da igreja que invocam, pois, não levam em consideração ao que o deus
da igreja prescreve.
O professor contestou:
para dizer isso você tem um ponto de vista. Qual é?
Professor, disse o
jovem, o ser humano é um ser que adora. Somos frágeis e não temos como garantir
nada do que falamos. Precisamos que os deuses nos ajudem em suas áreas de
domínio, assim, em cada atividade, invocamos ao deus correspondente, para que
nos proteja e nos leve a bom termo. E seguimos as suas regras.
Os ocidentais não
invocam, nominalmente, a mais que um deus, mas, vivem como se houvesse muitos
deuses, pois, em quase tudo o que fazem, não levam em conta ao deus da igreja,
logo, o deus da igreja não pode estar com eles em tudo o que fazem, porque o
deus da igreja não me pareceu incoerente.
O professor contestou: espero que você esteja errado, porque os ocidentais dizem que há um só deus, e
que quando ele não é invocado, um outro ente se oferece, um ente que não é
deus, mas, se apresenta sempre para roubar, matar e destruir aos seres humanos.
Eu estou certo,
professor, aventurou-se o jovem, pois só isso explica como gente que prega o
que vocês pregam, vivam em constante litígio, e sejam tão marcados pelo
egocentrismo como vocês o são.
E o professor aceitou a
proposição do aluno.