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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Lances de Caná (5) Horas

4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.

Jesus de Nazaré é o Messias, o prometido libertador de Israel e da Humanidade.

Ele veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10 RC)

A exemplo da serpente, por Moisés levantada no deserto, ele, quando levantado, todos atrairia a si. (Jo 3.14; 12.32 RA)

Ele estava no casamento, havia sido convidado, e seu ministério ainda não tinha começado.

O ministério de Jesus era o de demonstrar, na história, o Esvaziamento do Deus Filho, antes da história e pela história.

Jesus demonstraria o Esvaziamento, morrendo a cada movimento, até morrer na cruz.

(Porque, desde a criação, nada foi feito senão por causa, por meio e a partir do Esvaziamento, sem o que nada do que foi feito se fez. Jo 1.3; Cl 1,15-17)

Ainda não havia chegado a hora dele demonstrar a todos que estava a morrer.

O Pai, ainda, não o havia autorizado.

(No ministério, que é participar do morrer de Jesus, para anunciar a sua ressurreição, é preferível ser empurrado pela Trindade do que sair na frente dela. Cl 1.24)

Ainda não havia chegado a hora de Jesus, mas aqueles jovens casadouros só tinham aquela hora. Ah! A finitude e a temporariedade humanas!

Jesus teria, portanto, se desejasse salvar a hora dos jovens e salvar os jovens da hora, que se esvaia em frustração, de fazer um milagre que não provocasse imediata atração a si.

(Um milagre discreto, até onde um milagre o possa ser.)

Deus, no Cristo, vivia a realidade humana.

Deus, que, a qualquer tempo (passado, presente e futuro) pode estabelecer o seu “kairós (sua hora de agir), se viu envolto na sina da humanidade, que, ao invés de estabelecer o seu “kairós,” é surpreendido pelos “kairós” da história, de forma, muitas vezes, opressiva.

A gente gostaria de fazer a hora, mas, na maioria das vezes, é a hora que nos faz – o tempo nos surpreende sempre – até porque não sabemos quanto tempo temos, e quem não sabe quanto tempo tem, tem muito pouco tempo, e, mais, não sabe do tempo que tem, que tempo virá.

Que extraordinária é essa experiência de discernir o tempo! Saber quando é e quando não é a hora.

(O salmo 1 diz que quem tem o seu prazer na lei de Deus e nela medita de dia e de noite, mesmo sem o saber, por mera graça, chega lá.)

E Jesus considerou a hora dos noivos importante o suficiente para agir antes da sua hora.

Que ser extraordinário é esse para quem a hora do outro é tão importante quanto a sua hora?

E Jesus, discretamente, até onde possível, fez o primeiro movimento sacrificial, que indicava que o Filho do Homem, em consonância com o Esvaziamento do Deus Filho, veio ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas, para que o mundo fosse salvo por ele (Jo 3.17).

A gente ora por saber que Deus dá importância à nossa hora.

Quando a hora da história tenta, opressivamente, nos esmagar, fiada em nossa finitude e temporariedade, o Deus Infinito que, no Cristo, sabe de nossa angústia, salva-nos na hora e da hora, e, assim, faz outra hora, não deixa aquela suceder.

Que a gente imite a Trindade e faça muita hora vir a ser para muita gente e para toda a sociedade. Que sejamos agentes de transformação social, de vida, de justiça e de paz.

Porque, se a gente nem sempre sabe a nossa hora, a gente sempre poderá, inspirado no Cristo, socorrer o outro e a sociedade, na luta por outra hora acontecer. ©ariovaldoramos