Vou contar-lhes a história de um homem doente:
Não era qualquer ente, embora fosse comum.
Ele morava na Galiléia, em Cafarnaum.
Ele tinha 4 amigos, parteiros como só!
Parteiros dão a luz, não nos deixam desistir!
Põem a gente no caminho, insistem pra gente ir!
Há amigos coveiros também, esses não digo que se tenha...
Transformam sonhos em lenha, pra evitar-nos o vexame!
Não sabem que todo vivente tem de passar por exame!
Que de queda em levantamento,
É que surge o monumento; e o sujeito faz o nome!
O moço não andava, e nem tinha esperança!
Mas tinha 4 amigos... Desde o tempo de criança!
Que nunca desistiram do amigo enfermiço!
Mantiveram o tento atento, pois tinham compromisso:
Esperavam um movimento do Deus que a tudo conduz!
E Ele se moveu, desde Nazaré, com o nome de Jesus!
E lá vão eles a carregar, num catre cadeia,
O paralítico que os tinha, amigos à mancheia!
Mas a casa estava lotada, e os corações empedernidos;
Estavam todos acomodados, não ligaram pros amigos!
Que gritaram e clamaram frente à necessidade!
Mas quem fura o bloqueio da insensibilidade?
Vamos ao telhado, cada um use o seu dom!
Façamos um buraco onde esteja o pregador!
É provável que tanto mover faça calar o seu som...
Mas se Ele veio de Deus, então veio por amor!
E não terá outra reação, senão acolher a nossa dor.
E foi assim que se fez, e foi assim que deu certo!
Jesus olhou pra cima, Jesus mirou o teto.
Viu, no catre, um doente, e, nos amigos, fé fervente.
Jesus deu um sorriso, não ligou para o repente!
Estava ali pra isso mesmo...
Para que tudo o que falava, virasse vida em gente!
Imagine a surpresa daquela população!
Que não ouviu aos amigos, na sua consternaçäo!
Observando a Jesus parando a sua atividade,
Para atender o suplico de amigos de verdade!
E Jesus surpreendeu: não falou palavra de cura!
E com aparente secura, falou palavra de perdão!
E reagiram os fariseus: vejam que ousadia!
E entreolharam-se os amigos: como é que ele sabia?
Ora, só há cura porque houve perdão!
Porque o sangue é conhecido antes do mundo a fundação!
E foi o Cristo, que propôs essa questão.
E o perdão, que cura... Levanta e aninha.
E, como disse o poeta, vão os 5, a pular amarelinha!
E enquanto pulam cada casa, veem o fim da linha:
Vivem o protótipo da Igreja, isso é preciso que se veja!
É o sonho de Jesus... Um mundo de amigos!
O fim dos desvarios antigos: fim do ódio e da peleja!
É o que nos faz cantar aqui, no confim de todo lugar,
Com frevo no coração, no suingue do baião;
Com um samba bom pra se curar!
Soando nossos tambores, erguemos a humanidade de dores,
Para que Deus, do alto, veja... A fé de sua igreja!
A clamar para o homem, liberdade!
E Deus, que ama de verdade,
Assim como, um dia disse luz, dirá, com certeza:
Meus filhos... Assim seja!