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sábado, 26 de dezembro de 2009

Privacidade!

Berkeley disse que ser é ser percebido.
Se estiver certo não há e nem pode haver lugar para a privacidade no Universo.
Se estiver certo, toda rebelião é tentativa de deixar de ser percebido: de "desexistir".
Se certo, Deus suporta toda a sorte de aviltamento para manter-nos na existência!
Por que o faz?
Por que nos ama?
Se nos ama, por que não deixa de perceber os que não querem ser amados por Ele?
Ou isso é deixar de amar?
E Deus não pode deixar de amar, sob pena de negar-se a si mesmo?
E se o fizesse, o suportaria?
Estaria Deus esperando a conversão?
Ou Deus não pode, ou não quer deixar de perceber a quem fez? E Ele nos fez!
Seja o que for, existir, ou nåo, está para além da capacidade de intervenção da criatura.
Estamos, então, condenados à existência?
Mas, como a existência pode ser uma condenação se é imprescindível ao pensamento?
Ah! Condenação não é existir, é precisar ser percebido para existir?
Condenação é não ter a possibilidade da privacidade.
Mas de que privacidade se fala, se, até Deus é Comunidade?
E como se pode sentir falta do que não existe no Universo?
Não é ausência, porque o que nunca existiu não pode se ausentar.
O clamor por privacidade não é por necessidade é por rebelião.
É a recusa do só ser possível existir em Deus!
É o desejo de ser alguém que não seja comunidade!
Alguém que comece e termine em si mesmo.
É o desejo de ser deus: um deus peça única!
Se fosse possível existir assim...
Se um deus assim existisse...
Nada existiria, porque esse deus seria estéril.

Não há privacidade no Universo:
Também não há solidão, a não ser como auto-engano.
Há a recusa em aceitar companhia, em qualquer nível.
Algo, entretanto, parece saltar:
Se existir é ser percebido, existência é partilha.
Se todo ato é observado... Todo ato não pode ser qualquer ato.
Existe a pessoa, mas o indivíduo não é possível.
Para existir bem é preciso amar ser observado...
O que é possível se se amar o Observador
Sem se esse amor
a existência inferniza... e para sempre.
Amar o Observador, por excelência, acima de todas as coisas é "condito sine qua non" para existir bem.

Tomara que Deus nos leve todos à conversão!
Para que mais do que nos resignarmos à observação, a amemos!
Porque não é a observação do déspota.
Porque o Observador é ofendido e cede espaço.
É a observação de quem se comprometeu a manter os existentes.
Perceber o real significado de existir e amar existir, com tudo o que isso implica, é conversão.
Amar existir é perceber como é percebido!
Se Berkeley estiver certo!