Há textos estranhos nas escrituras sagradas.
Que pairam sobre nós, qual espada de Dâmocles, como um desafio e uma advertência.
Conclamam-nos à sabedoria e à admissão de nossa incompetência como juízes.
Os textos abaixo, por exemplo, poderiam ser classificados de: parece, mas não é!
1Co 3.15 “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo, todavia, como que pelo fogo.”
Aqui o foco é o ministério, não a pessoa.
Paulo fala de um ministro que parece ser joio, mas não é.
Fala de ministros que edificam, ainda que sobre o fundamento certo, com madeira, palha e feno, elementos que o fogo da história facilmente destrói.
Madeira, palha e feno são os elementos fornecidos pela sabedoria humana, vs. 19 e 20. É ensino que gera divisão, perda da consciência de corpo e da natureza da fé.
O ensino vira corrente filosófica e o dogma ideologia.
Ou leva a Igreja da fé para as obras, da graça para o mérito, da devoção para a mágica, de Deus para o ser humano, transformando este em semideus.
O ministro é um falso mestre, mas será salvo.
O ensino dele será condenado, mas ele não.
Gente que será salva, mas não vive como discípulo.
A gente deve reprovar os seus ensinos, mas não deve fazer considerações sobre a sua salvação.
Hb 6.4-8 “Porque é impossível que os que, uma vez, foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério. Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus; mas se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.”
Nesse texto, o foco é a pessoa e não o ministério.
O escritor fala de uma pessoa que parecia ser discípulo, mas não era.
Tudo parecia bem com ela, mas um dia ela caiu.
Cair não é um problema insolúvel, porém, essa pessoa não encontrou o caminho do arrependimento.
E isso aparece nos frutos que ela passou a produzir.
Tal como uma terra, que apesar de ser regada e lavrada muitas vezes, apenas consegue produzir espinhos e abrolhos. O seu fim é a rejeição!
Portanto, a questão aqui, não é a queda, em si, mas no que a pessoa, que caiu, se tornou.
Seus frutos indicam que o caminho do arrependimento não foi abraçado. Ela tornou-se agente do mal.
A gente não tem autoridade para emitir qualquer juízo, mas não custa nada discernir e ficar esperto!